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Igreja de Nossa Sra. do Mileu

Situada na ponta norte da vila, a Igreja de Nossa Sra. do Mileu, de fundação antiquíssima e desconhecida, sofreu uma total reforma que se acabou no ano de 1788 e lhe imprimiu a presente feição arquitectónica.

 

Também teve a designação de Nª Sra. de Milhum, corrente ainda nos princípios do séc. XVIII, corruptela de inspiração popular ligada à lenda fantástica da vitória obtida por 12 heróicos cristãos contra 12 mil mouros. Interessantes e históricos são também os episódios da vida do capitão Salvador de Abreu na Guerra da Aclamação, ligado à veneração da Virgem do Mileu, salvo milagrosamente por três vezes em circunstâncias dramáticas.

 

Orientada para o ocidente, com adro primitivo, bancos de repouso de peregrinos e vastíssimo terreiro de romeiro, tem frontaria cunhada de pilastras escaioladas, singelas, portada e janela marmóreas, aquela adintelada e cornijada, e porta de dois batentes e pregaria estanhada da época setecentista, melhorada em 1889.

 

Também é tradição antiga, recolhida no Santuário Mariano, que no adro da igreja estavam enterrados os pais da comendadeira de Santos, Inês Pires, mãe do 1º duque de Bragança D. Afonso, Pêro Esteves, por cognome o Barbadão, e sua mulher Mafalda Inês.

 

O frontão com enrolamento e tabela ovóide de invocação Mariana, revestida de estuques ao gosto rococó, é ladeado, nos acrotérios, de pináculos constituídos por urnas estilizadas. Contra o alçado norte, em desnível acentuado, pequena torrela com eirado e campanário. Também de alvenaria apilastrada, sobrepujado por disco ornamentado, de mármore e catavento férreo.

 

O interior do edifício conserva a forma determinada pela obra estrutural da época de D. Maria I: nave rectangular com cobertura de meio canhão (que teve ornatos florais) e prospectos alvos de cal; coro, de arcada abatida rematada por volutas com enriolamento, e púlpito de caixa quadrada com balaústres cilíndricos.

 

A sacristia, vulgar, além do lavatório de mármore e um nicho adosselado, com a imagem popular do Calvário, conserva núcleo oitocentista de “ex-votos” dedicados a Nª Sra. Do Mileu, pintados sobre tábua, tela, papel e chapa cúprica.

Igreja do Sr. dos Passos

A igreja do Sr. dos Passos, ou da Misericórdia, está voltada para Norte, correndo paralela com o adro da Igreja Matriz e encostada à Torre do Relógio, a qual pertencia às portas do Sol. Todo este conjunto encontrava-se dentro do amuramento medieval, aberto nos princípios do século XIX.

 

A frontaria (…) sóbrio trabalho de arquitectura populista de fins de setecentos que substituiu a primitiva quinhentista, tem alçados apilastrados, portada de jambas de corda saliente, frontão circular e janela solidária, com empena triangular, de mármore branco. (…) É de referir ainda o (…) emblema ovóide do Santo Instituto, refeito depois de 1941, porque havia caído com a violência do ciclone de 15 de Fevereiro desse ano.”

 

Os corpos da nave e Santuário, de secção rectangular (…) foram reedificados com coberturas de meio canhão alvas de caio e prospectos despidos de adornos. (…) Além do curioso púlpito circular e de balaústres anelados, de mármore branco, que é vestígio do templo antigo, ergue-se na banda da Epístola, a tribuna dos mesários, feita de madeira com tabelas transfuradas, divididas por misuletas, repousando em quatro modilhões de volutas com enrolamento, de pedra original.

 

Servindo de espaldar de bancada, na parede, em trabalho de estuques neoclássicos, de relevo, subsiste uma composição de urnas flóricas e espelhos engrinaldados, presos por laços comuns da época de D. Maria I.

 

A capela-mor, que sofreu profundas alterações em 1607 (…) e na 2ª metade do séc. XVIII (…) está decorada com retábulo aparatoso, de materiais marmóreos, coloridos, segundo o padrão estilístico nascido à sombra do grandioso altar italiano de abside da Catedral de Évora, do arquitecto Ludwig (…) Concebido por mestres estremocenses desconhecidos, nos últimos anos do reinado de D. José I, é da ordem coríntia, de colunata lisa sobrepujada de frontões cortados e tímpano semicircular enquadrando vasto florão celeste da Eternidade em fórmula linear de Deus e da Trindade.” Camarim profundo, de moldura recortada, de veneração actual do Senhor dos Passos.

 

Ligada à igreja da Misericórdia está também o cemitério da irmandade, onde ainda é possível observar o mausoléu de um dos últimos capitão-mor e provedor da Misericórdia de Veiros, Joaquim da Costa Zagalo, grande benemérito da vila no último terço de setecentos.

 

 

Salas-Museu

SALA-MUSEU DO ANTIGO HOSPITAL DE VEIROS

Sala-Museu constituída pelo acervo do antigo Hospital, e posteriormente Lar de Idosos, desenvolvido até 1983 pela Santa Casa da Misericórdia de Veiros.

 

 

SALA-MUSEU DE ARTES TRADICIONAIS

Sala-Museu constituída por uma exposição de peças em cortiça, madeira, cerâmica, tecido, entre outros materiais, elaborados artesanalmente por utentes da Santa Casa da Misericórdia de Veiros.

 

 

SALA-MUSEU DE ARTIGOS RELIGIOSOS

Sala-Museu constituída por artigos religiosos provenientes das igrejas de Nossa Sra. do Mileu e do Sr. dos Passos, para além de adereços utilizados em cerimónias religiosas locais. 

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